quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A lenda que lembra o Senhor de Matosinhos...




O Volto Santo, também chamado de “a Santa Cruz”, é um crucifixo feito em madeira medindo 2 metros e 45 centímetros de altura e 2 metros e 75 centímetros de largura.

Diz a lenda que ele foi esculpido por Nicodemos, homem mencionado no evangelho de João (cap.3), depois da morte e ascensão de Jesus.

Com a madeira e as ferramentas, esculpiu todo o busto da imagem, faltando apenas a sua face. Como já estava cansado, pois passara o dia inteiro trabalhando na obra, resolveu dormir. Ao acordar no dia seguinte, qual não foi sua surpresa, quando viu que o crucifixo já estava terminado. Anjos, durante a noite, trabalharam por ele e esculpiram a face de Jesus.

Durante anos, até sua morte, Nicodemos escondeu a imagem numa gruta. Durante anos ela foi venerada até que o bispo Gualfredo a encontrou e resolveu colocá-la num barco adornado com muita cera e luzes. Recobriu-a com betume entregando-a à Providência Divina e esperando que encontrasse uma região onde vários povos saberiam o ocorrido e iriam venerá-lo.

O barco, milagrosamente sem vela e sem tripulação, apenas continha o crucifixo, chegou no porto de Luni. Neste meio tempo, numa noite, um anjo aparece ao bispo Giovanni, de Lucca, dizendo que ele deveria ir com seus irmão ao porto de Luni, pois tinham encontrado uma escultura muito importante, que era a representação do verdadeiro Cristo crucificado.

O bispo, o clero e o povo correram ao porto para apanhar a imagem. No entanto as ondas do mar eram muito fortes e o barco ia na direção oposta, mas, por uma providencia divina, a embarcação mudou seu rumo, retornou e foi em direção aos homens de Lucca,que a resgataram e levaram para sua cidade em cima de uma carroça puxada por dois touros.

Hoje podemos vê-la na Catedral de San Martino, Lucca. No dia 13 de setembro é comemorada a “Festa da Santa Cruz”, onde o povo, em procissão, com roupas típicas medievais, leva o Volto Santo da igreja de San Frediano, primeiro lugar que abrigou a imagem, até a catedral onde hoje ela é encontrada.

Mas muito mais que uma lenda, ele é um ícone de fé, de união entre os Luccheses, que ainda hoje leva multidões às ruas da velha cidade nos dias de festa.

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