Este ano, o S. Martinho vai ser comemorado pela nossa Universidade, de um modo diferente.
Eis o programa do que vai ser um dia bem passado:
Dia 14 de Novembro, pelas 9h, saída da Universidade, em autocarro, em direcção a Paredes, para uma visita ao Mosteiro de Cête, de acordo com a tradição, fundado no século IX, por dois mouros convertidos e hoje Monumento Nacional. Belíssimo e aqui tão perto...
Seguidamente, retomaremos a IP4, em direcção a Travanca, para apreciarmos o Mosteiro de S. Salvador, edifício do século XII, que é também Monumento Nacional.
Depois, seguiremos em direcção a Alpendurada. O almoço e o magusto durante a tarde, decorrerão no Hotel Convento de Alpendurada (que foi um convento beneditino, a partir também do século XII).
Teremos castanhas, água pé e muita música ao vivo... a diversão vai ser das grandes!!! Mais informações na secretaria.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
aviso
A nossa professora de dança sofreu um pequeno acidente de trabalho (numa aula, rompeu o tendão de aquiles!). Foi operada ontem e não vai poder dar aulas nos próximos tempos, pois precisa de repouso e imobilidade. Estamos a ver, com ela, a possível substituição. Nesta 6ª feira, não pode haver aula ainda. Retomamos para a semana. Ficamos a "dever" uma aula ao grupo, que será recuperada antes do Natal.
As melhoras para a Susana!
As melhoras para a Susana!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
GALAFURA
«O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza. Socalcos que são passados de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor pintou ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis de visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta».
Miguel Torga in" Diário XII"
Miguel Torga in" Diário XII"
MIGUEL TORGA
O monte de S.Leonardo, em Galafura, com uma altitude de 566 metros, proporciona a quem o visita uma indescritível vista do Douro. A seu respeito contam-se lendas e estórias que ajudam a enriquecer a cultura duriense. Uma das mais conhecidas é a de D.Mirra:
"D. Mirra é uma moira encantada que vive numa gruta do maciço rochoso em que assenta a ermida de S. Leonardo. Durante o dia passeia, invisivelmente, pelo matagal; à noite recolhe-se na gruta, cuja entrada é guardada por dois dragões. Espera ser desencantada, um dia, pelo jovem que ouse, ao bater da meia-noite, no gélico primeiro de Janeiro, enfrentar e matar os dragões. Bela e prenhe de desejo, entregar-se-á em sôfrego acto de amor no silêncio da noite e à luz do luar. Quebrado o encanto, a pequena gruta mostra-se como antecâmara de luxuoso palácio subterrâneo.”
Encontramos ainda neste inspirador lugar a Capela de S.Leonardo de Galafura onde, em azulejos portugueses, Miguel Torga se encarregou de imortalizar o local:
À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino,
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em direcção ao cais divino.
Lá não terá vinhedos
Nem socalcos
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.
Por isso, é devagar que se aproxima
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e rosmaninho.
Miguel Torga, in Diário IX - Azulejos da Capela de S.Leonardo.
"D. Mirra é uma moira encantada que vive numa gruta do maciço rochoso em que assenta a ermida de S. Leonardo. Durante o dia passeia, invisivelmente, pelo matagal; à noite recolhe-se na gruta, cuja entrada é guardada por dois dragões. Espera ser desencantada, um dia, pelo jovem que ouse, ao bater da meia-noite, no gélico primeiro de Janeiro, enfrentar e matar os dragões. Bela e prenhe de desejo, entregar-se-á em sôfrego acto de amor no silêncio da noite e à luz do luar. Quebrado o encanto, a pequena gruta mostra-se como antecâmara de luxuoso palácio subterrâneo.”
Encontramos ainda neste inspirador lugar a Capela de S.Leonardo de Galafura onde, em azulejos portugueses, Miguel Torga se encarregou de imortalizar o local:
À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino,
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em direcção ao cais divino.
Lá não terá vinhedos
Nem socalcos
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.
Por isso, é devagar que se aproxima
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e rosmaninho.
Miguel Torga, in Diário IX - Azulejos da Capela de S.Leonardo.
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