segunda-feira, 23 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

terça-feira, 10 de abril de 2012

Caminante no hay Camino Juan Manuel Serrat

O Carteiro e o Poeta

IL POSTINO (O CARTEIRO DE PABLO NERUDA)

Morre lentamente quem não viaja
Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma
escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, 
Quem prefere
O "preto no branco" 
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, 
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa
quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias
queixando-se da má sorte ou da
Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.

Estejamos vivos, então!

Pablo Neruda (Parral, 12 de Julho de 1904 — Santiago, 23 de Setembro de 1973)poeta chileno, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX. Em 1965 foi-lhe outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã-Bretanha. Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro de Pablo Neruda, em Portugal) conta a sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda se teria exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).

Viva a primavera, sem idade!





Compromisso com a literatura, o saber, a comunicação. Viva a primavera, sem idade!